O dia de sexta-feira começou com a aula do Deputado Paulo Rangel, onde o tema: “O que passa com a Europa” permitiu aos alunos da Universidade de Verão adquirir conhecimento em diferentes matérias, tais como, o enquadramento da política europeia, a relação entre a União Europeia e os EUA, o Brexit, a emigração, entre outros.
Paulo Rangel alertou: “numa democracia não conta apenas a vontade da maioria, conta também, o estado de direito, não há democracia verdadeira se não houver uma combinação entre estes dois princípios”. Na opinião do Deputado Europeu, as “causas estruturantes da crise, são globais, não são europeias. A Europa tem reflexos no Brexit, no populismo e no estado de direito”, fator que gera preocupações, no caso de Portugal, nas áreas da justiça, da defesa, dos negócios estrangeiros e administração interna.
A tarde de trabalho prosseguiu com a aula sobre “Solidariedade Europeia e Fundos Estruturais” lecionada pelo Deputado José Manuel Fernandes, que chamou à atenção para a necessidade da utilização dos fundos europeus, de forma eficiente, tendo “objetivos de sustentabilidade” garantindo a coesão territorial. Para Manuel Fernandes, “sustentabilidade, significa também solidariedade, ou pelo menos, implica solidariedade, pois quando se defende sustentabilidade financeira, contas públicas em ordem, estamos a ser solidários com as gerações futuras e até com a atual”, referiu o eurodeputado.
O Deputado José Ignacio Salafranca, estreante na Universidade de Verão, no início do jantar-conferência desta sexta-feira, transmitiu aos alunos a importância das próximas eleições europeias, pelos factos económicos vividos recentemente, como o fim da crise europeia, mas também, pelo crescimento de movimentos populistas nos diferentes países da União Europeia, que podem condicionar soluções futuras, pois “para problemas globais, não bastam soluções nacionais”, concluiu.
As Vereadoras da Câmara Municipal de Cascais, Joana Balsemão e Filipa Roseta, marcaram também presença nesta Universidade de Verão, onde apresentaram aos alunos da UV 2018 alguns exemplos de casos de sucesso, no município, e estratégias futuras tanto na área do ambiente e cidadania, como também, na área da habitação.
Joana Pinto Balsemão salientou a necessidade de aproximar as pessoas às políticas públicas, para que exista um aumento de participação por parte dos cidadãos. “Falta de confiança, distanciamento e inação” foram os fatores referidos pela vereadora tanto no contexto do ambiente como da cidadania, que levam ao afastamento das pessoas. As soluções para esta problemática passam pela “proximidade, humanização e reinvenção das políticas públicas”. Filipa Roseta apelou à participação dos jovens na solução dos desafios da habitação, onde a globalização da procura versus a limitação do mercado geram o aumento dos preços “completamente destorcidos”. A solução, referiu a vereadora, passa pela criação de centralidade no resto do país, através da criação de infraestruturas de transportes (ferroviários e aéreos) consolidadas com a inserção de serviços públicos e centralidades criativas, nas proximidades.