Área Pessoal
PERGUNTA A ...
 
 
     
António Vitorino
 
Maria Castro
Qual o maior desafio que tem pela frente, enquanto Diretor Geral da OIM?
O maior desafio para a Organização Internacional das Migrações será o de poder activamente contribuir para o reforço da cooperação internacional entre países de origem, trânsito e destino dos migrantes no respeito pela dignidade humana dos migrantes independentemente do seu estatuto legal e muito especialmente por termo à "rota da morte" em que está transformado o Mediterrâneo! As políticas de fechamento ou de empurrar o problema para o vizinho, como defendem os populistas, em especial na Europa, não são resposta para os desafios de um fenómeno migratório que sempre houve e continuará a haver. As respostas populistas criam assim ilusões de que há uma solução fácil, mas quando, mais cedo ou mais tarde, se demonstrar o engano sobre que assentam, deixarão nas sociedades de destino um rasto de frustração e ressentimento que inclusive poderá por em causa a liberdade, a tolerância e a segurança dessas sociedades.
Luís Malhadinhas
Ao invés de a Europa acolher tantos refugiados e migrantes - fenómeno que acaba por gerar crises institucionais e diplomáticas entre certos países -, porque não ajudam os países europeus na reconstrução do Estado Democrático, material e imaterialmente, nesses países de origem? Ouvimos já diversas vezes relatos de migrantes que afirmam querer sempre voltar para o seu país natal, por amor, por saudade, pela família que fica. Não é preferível ajudar por essa via? A Europa, após as Guerras Mundiais, também teve a ajuda dos EUA para a sua reconstrução. É a nossa vez de retribuir para a paz mundial!
A principal inovação do Pacto Internacional sobre Migrações Seguras, Ordeiras e Regulares, que vai ser adoptado no âmbito das Nações Unidas em Dezembro próximo, é reconhecer a ligação existente entre movimentos migratórios e desenvolvimento económico e social. Nesse Pacto identifica-se como objectivo a acção da comunidade internacional em prol do desenvolvimento dos países de origem de modo a reduzir os factores de pressão que geram movimentos migratórios, incluindo aqueles ligados à degradação ambiental e às alterações climáticas. Mas sejamos claros: actuar sobre as causas profundas das migrações exige políticas direcionadas de apoio ao desenvolvimento, em especial viradas para a situação dos jovens que constituem a maioria dos migrantes à escala global, e tais políticas têm que ser prosseguidas de forma sustentada no tempo, porque de uma tal estratégia não será de esperar (nem possível pedir) impactos de curto prazo na redução dos fluxos migratórios.
André Lajoso
Caro Dr. António Vitorino. Antes de mais, congratulá-lo pela eleição para o cargo de diretor-geral da OIM.

Os fluxos migratórios estão a aumentar a níveis absurdos. O que tem sido feito, e o que tem de ser feito para a salvaguarda destas vidas humanas, que valem o mesmo que a minha ou a sua?

Obrigado.
João Diogo Caldeira
Sendo o Dr. António Vitorino diretor-geral da agência da ONU para as migrações, o que pensa da atitude da Europa ao pagar 3 mil milhões de euros à Turquia de modo a impedir que os refugidos venham para a Europa?
António Saraiva
Sendo o Doutor membro do Grande Oriente Lusitano, pensa que ainda existe uma discriminação da maçonaria com conotações erradas e "teorias da conspiração"?
Carlos Rodrigues
Os fluxos migratórios estão a despertar sentimentos que julgávamos de outros tempos. Considera que podemos culpar as classes liderantes da UE, por chegarmos ao ponto de uma vida valer para alguns tão pouco?
Francisco Teixeira
Tendo em conta que a Organização Internacional das Migrações foi liderada nas últimas cinco décadas por norte-americanos, ou seja, foi sempre encarado como um território dos EUA. Juntando a isto, o apoio da Casa Branca a outro candidato. Como está a decorrer a relação com Washington nestes primeiros meses de mandato
João Calmeiro
Num momento crítico no tema das migrações, com particular foco na problemática no mediterrâneo, que reformas considera essenciais para um maior apoio social, humanitário e económico aos regfugiados?

Sendo apenas o 2º líder da OIM que não é Norte-Americano, considera que a sua proximidade à realidade Europeia será fundamental na sua posição?
Orlando Vaz
Dr. António Vitorino, V.Ex.ª certamente concordará que vivemos num período de mobilidade sem precedentes. Quais são, na actualidade, os grandes e principais desafios migratórios?
Pedro Taborda
Sendo alto responsável pela Organização Internacional para as migrações como olha para a atual atuação da União Europeia face ao fluxo migratório que tem? Mais, qual é para si a importância de reintegrar, pela educação e cultura, os acolhidos?
Sabrina Nunes
É suficiente a mudança da fiscalidade via IRS para o regresso dos emigrantes? E postos de trabalho? Onde estão as condições necessárias para a subsistência da nossa população? Será o IRS o ponto de partida mais acertado para fazer retornar aqueles que saíram do nosso país para poderem conseguir sustentar as suas famílias?